Quem disse que as coincidências em ciência não são boas? Muitas descobertas em Química foram resultado de puros acidentes ou coincidências. É o caso do tão famoso Post-it.
No ano de 1968 um químico de nome Spencer F. Silver, que trabalhava na empresa 3M, estava a trabalhar em adesivos sensíveis à pressão quando se deparou com um pormenor bastante curioso.
Ele descobriu que produzindo um co-polímero de acrilato de uma determinada forma, formava-se uma suspensão de microesferas ligadas entre si. Estas microesferas eram insolúveis na solução resultante da sua produção e inchavam até duplicar o seu diâmetro original. A cereja no topo do bolo é que quando se pulverizava a substância numa superfície, o solvente que inchou as microesferas evaporava e estas voltavam ao tamanho original.
Este adesivo tinha características muito diferentes dos adesivos com que Silver trabalhava, visto que este novo adesivo formava uma superfície descontínua, ao contrário dos habitualmente produzidos na 3M. É claro que, inicialmente, a empresa não tinha nenhum projecto em mente para o novo adesivo. Mas houve um estudo no sentido de encontrar uma aplicação com potencial para criar novos produtos.
Só seis anos depois, em 1974, um engenheiro químico da mesma empresa, de nome Art Fry, teve a brilhante ideia de utilizar o adesivo num marcador que fosse removível. Essa ideia ocorreu-lhe enquanto ele cantava no coro da sua igreja. É neste momento que o projecto Post-it se inicia. A superfície irregular do adesivo, característica incomum em adesivos, permite que apenas uma parte deste entre em contacto com a superfície de colagem. Ora, se uma menor área de adesivo se liga com a superfície, a remoção do mesmo torna-se substancialmente mais fácil.
Ora, fica provado que, em química, acidentes e coincidências nem sempre são maus...
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