O chocolate, como sabemos, é um alimento proveniente do o
cacau, a semente do fruto do cacaueiro, planta tropical de nome Theobroma Cacao. Theobroma significa “alimento dos deuses”, e é isso mesmo o que o
chocolate é para quase todos nós.
O chocolate, tal como actualmente o conhecemos, é basicamente
formado por finos fragmentos de pó de cacau espalhados em manteiga de cacau. Para
além destes constituintes, contém ainda outras gorduras, emulsionantes
(normalmente lecitina), açúcar e baunilha.
O cacau e a manteiga de cacau são obtidos a partir da
semente do cacaueiro e eram usadas pelos Maias e Astecas para fazer uma bebida
muito revigorante, e até considerada afrodisíaca, a que davam o nome de "Xocolatl" (xocoll = amargo e atl =
água).
As partículas de cacau têm uma cor escura e um sabor
intenso. A manteiga de cacau, por outro lado, equilibra com uma consistência
cremosa e uma particularidade ímpar do chocolate, o facto de transitar, na
boca, de um sólido aromático a um líquido acetinado. Isto acontece porque a
manteiga de cacau tem um ponto de fusão bem definido, que corresponde
sensivelmente à temperatura do corpo humano. A temperatura do nosso corpo é a
ideal para o fundir e ele transforma-se num líquido denso, que liberta aromas
quase inebriantes. E visto que, para poder derreter-se, qualquer substância
retira calor ao meio ambiente, sentimos ainda uma agradável impressão de
frescura na nossa boca.
Diversas substâncias cristalizam em formas dissemelhantes, e
cada uma dessas formas tem características bem estabelecidas. A manteiga de
cacau pode cristalizar em seis formas diferentes. O interessante é que somente
uma delas é a mais aconselhada para se conseguir um chocolate com a textura
ideal. Assim, para obter um chocolate de qualidade, deve evitar-se a presença
das outras formas cristalinas. Isso alcança-se com uma verificação exigente das
temperaturas de fusão e uma série de truques para que as moléculas que produzem
a manteiga de cacau cristalizem na forma que admita obter um chocolate com as particularidades
pretendidas. A este método atribui-se o nome de temperar o chocolate. Fazer um
bom chocolate não é, por isso, uma tarefa fácil. Requer bastante experiência e
conhecimentos!
A manteiga de cacau funde a cerca de 35 ºC e algumas das
outras gorduras do chocolate a uma temperatura ligeiramente superior, mas nunca
acima de 48 ºC. Se permitirmos que o chocolate atinja uma temperatura de cerca
de 54 ºC, ele separa-se em manteiga de cacau, um líquido amarelado, e em
partículas de cacau queimadas. Este processo é irreversível e torna o chocolate
impróprio para uso. Assim, o chocolate deve ser derretido de forma lenta e a
temperatura não deve exceder 49 ºC.
Enquanto vai derretendo, o chocolate deve ser mexido para
manter a temperatura tão uniforme quanto possível. É também importante que
tenha sido partido em pedaços mais ou menos da mesma dimensão e, de
preferência, pequenos. Pedaços maiores levam mais tempo a derreter e os mais
pequenos, entretanto, podem ficar queimados.
Conforme o livro "A cozinha é um laboratório" de Margarida Guerreiro e Paulina Mata
(Mas com aperfeiçoamento de português...) diHITT - Notícias
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