quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O ovo das aves

As características únicas dos ovos das aves fazem com que muitos investigadores os chamem de embalagens impressionantes.

Muito embora tenha um aspecto maciço, a casca do ovo de galinha possui uma composição química rica em carbonato de cálcio (CaCO3) e chega a ter cerca de 8 mil poros microscópicos. A porosidade destes interstícios permite que o oxigénio (O2) penetre no ovo e o dióxido de carbono (CO2) saia do mesmo — trocas gasosas importantíssimas para uma conveniente respiração do embrião.

Contudo, ao longo do crescimento do embrião no interior do ovo, existe o perigo de infecções bacterianas. Por isso, além de servir como centro de trocas gasosas, a casca do ovo proporciona uma barreira física protectora de infecções.


Uma segunda linha de defesa física contra agressões exteriores é a clara do ovo, denominada albúmen. A clara corresponde a dois terços do volume total do ovo e é constituída maioritariamente por água (H2O). Todavia, possui uma viscosidade muito superior à água devido à existência de uma proteína chamada ovomucina que fornece coesão ao líquido. É o albúmen que protege o embrião dos impactos a que o ovo está sujeito ao longo do seu desenvolvimento.

Diversos investigadores pretendem imitar a estrutura do ovo para a elaboração de embalagens para frutas que as protejam simultaneamente contra impactos, bactérias e parasitas que comprometem a qualidade do produto. No entanto, a biomimética é uma ciência de elevado grau de dificuldade. Outro problema com que os investigadores se deparam é a sustentabilidade e ecologia do processo de criação de uma embalagem tão eficiente como o ovo.

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