segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O tempo

Ao longo dos séculos, muitas foram as diferentes formas de o humano estabelecer escalas temporais. Actualmente, os mais recentes relógios (os relógios atómicos) baseiam os seu funcionamento na transição entre dois estados do átomo de césio.

Estes dois estados são caracterizados pelas diferentes configurações dos seus electrões. Quando ocorre uma transição de configuração electrónica verifica-se a absorção ou emissão de radiação electromagnética com uma frequência que é função apenas da diferença de energia entre as duas configurações.

A frequência característica de uma transição de configuração electrónica é bem definida e pode ser utilizada como padrão para acertar um relógio. No caso dos relógios atómicos, a frequência mágica da transição no átomo de césio é de 9192631770 Hz (ou ciclos por segundo).


O relógio atómico produz um campo electromagnético variável que entra em ressonância com os átomos de césio quando a frequência do campo é exactamente igual à frequência mágica. É a partir desta sintonia que se pode medir a passagem do tempo.

Contudo, o átomo de césio não é mais do que uma forma humanamente conveniente para escalonar o tempo; não sendo, por isso, fundamental. Na verdade, sabemos que todos os átomos de césio foram criados por fusão nuclear no interior das estrelas e em supernovas, mas, antes de as primeiras estrelas se terem formado, há cerca de mil milhões de anos (medidos em tempo de césio!) o césio não existia. Parece contraproducente... E, na verdade, é!

Uma escala mais conveniente de tempo foi proposta no século XIX por Maxwell e Kelvin que propuseram a utilização da Segunda Lei da Termodinâmica para definir a escala de tempo. Visto que essa lei postula que a entropia do Universo só pode assumir valor nulo ou positivo e que num processo irreversível a entropia do Universo aumenta sempre, esta poderia ser uma elegante escala absoluta do tempo.

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